Cá entre nós... #002


Eu vim de uma educação conservadora, enraizada no evangelicalismo, mas vivia mergulhada em uma depressão silenciosa. Faltavam respostas, tanto para os conflitos da minha vida familiar, que fora destruída antes mesmo de eu nascer, com o alcoolismo e a violência de meu pai e a falta de condições de minha mãe, quanto para questões mais profundas, de natureza totalmente existencial. 

Haviam me ensinado que eu encontraria todas as respostas na Bíblia. Bastava aceitar Jesus no coração. 

Eu era sincera, assídua, determinada a encontrar as respostas e a me dedicar aos jejuns e abstinências que uma "vida de santidade" exige.

Muitas vezes, minha alma se aquietava, mas na maior parte delas isso não ajudava, pois era pensar sobre o destino dos espíritos após a morte e uma angústia quase insuportável me invadir. 

Eu queria entender que propósito poderia ter o Criador em fazer suas criaturas sofrerem, para submetê-las a juízo depois de suas mortes e destiná-las ao fogo eterno... algo não poderia estar certo nesta conta. 

Meu tempo mental era sempre o passado e neste passado eu já tinha uma conta bem alta de insucessos. 

Eu contava para mim mesma sobre como vivi tantos anos numa infância paupérrima de recursos e afetos e sobre como passei minha adolescência recebendo uma educação conservadora que me levaria ao matrimônio e a uma vida pacata de frequentar igreja sem permissão a questionamentos nem dúvidas. 

A passagem de Hebreus 9:27 me tirava o sono e a vontade de viver. 

Frequentei diferentes denominações cristãs e, em uma delas, aprendi sobre Daniel — um homem que orava várias vezes ao dia e era diretamente instruído pelo Criador.
Eu também ansiava por aquilo e em minhas orações, pedia com fervor para que minha vida mudasse radicalmente. Pedia que algo — ou alguém — que ouvisse minhas súplicas me conduzisse a um crescimento intenso e acelerado, como dizia Juscelino Kubistchek: “cinquenta anos em cinco”. 

Hoje, olhando para trás, parece que eu já caminhava por uma estrada sem retorno. 

A grande virada veio quando decidi abandonar meu emprego em um banco para trabalhar em uma universidade. 

Lá eu conheci uma colega que, com muita paixão e lágrimas nos olhos me contou sua história, me apresentou novas ideias sobre a vida além da vida e neste momento eu comecei a desconstruir preconceitos que eu carregava. Ali minha jornada verdadeiramente começou a se acelerar. 

Pensando, buscando fontes, um dia encontrei um livro que me apresentou de forma muito sensível o mundo do lado de lá...

“Espíritos Entre Nós”, de James Van Praagh, é um mergulho fascinante na vida após a morte e na comunicação com o mundo espiritual.

Considerado um dos médiuns mais renomados dos Estados Unidos, Van Praagh compartilha suas experiências extraordinárias com o invisível — revelando que os laços de amor e consciência continuam mesmo depois da morte. Segundo ele, a morte não representa um fim, mas uma transição para uma dimensão onde os espíritos seguem evoluindo, amando e, surpreendentemente, interagindo conosco.

Entre os principais ensinamentos do livro estão:

  • A vida continua além do corpo: os espíritos mantêm memórias, personalidade e plena consciência após a morte.

  • Eles ainda estão conosco: entes queridos falecidos permanecem por perto, oferecendo orientação, proteção e consolo.

  • Sinais do invisível: cheiros, sons, sonhos vívidos e intuições podem ser formas sutis de comunicação espiritual.

  • A dor como instrumento de crescimento: perdas e desafios fazem parte de um plano maior para o desenvolvimento da alma.

  • Todos podem se conectar: com prática e sensibilidade, qualquer pessoa pode despertar sua intuição e perceber essas presenças.

Repleto de histórias reais e emocionantes, o livro não apenas conforta quem sofre com o luto, mas também inspira aqueles que buscam entender o sentido mais profundo da existência.

Para mim, foi como encontrar uma lanterna no meio da escuridão. 

Espíritos Entre Nós me deu fôlego e direção para continuar minha busca por respostas — e, mais do que isso, acendeu em mim uma vontade de continuar a descobrir o que para mim estava oculto até então.

Depois de tudo o que me aconteceu nos últimos anos, surgiu-me a necessidade de abrir um espaço para compartilhar minha jornada de descobertas, transformação e novos olhares que assumi sobre a vida, o além e tudo que ainda não compreendo completamente.

Nos próximos posts, pretendo seguir contando as descobertas que consegui e como elas foram mudando minha vida...

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