Minha jornada com o Ho'oponopono...#0011





Durante as primeiras ondas da Ressonância Harmônica, minha sensibilidade aumentou consideravelmente: comecei a ouvir vozes que me aconselhavam em situações do dia a dia, a ter projeções astrais e a enxergar presenças sutis no ambiente onde vivia. 

Ao mesmo tempo, uma ansiedade intensa e um medo inexplicável tomaram conta de mim. Para lidar com isso, comecei a praticar o Ho’oponopono, uma meditação havaiana de limpeza e reconciliação. Quanto mais repetia as frases, mais minha mente se aquietava e eu sentia que o processo de purificação se acelerava.

Em uma noite eu estava sozinha no apartamento e tive um sonho muito perturbador, onde eu era julgada por todos ao meu redor por abandonar meus filhos. Acordei sufocada por um peso emocional — mas, em estado de clareza, logo percebi que aquela dor não era minha, mas da minha mãe biológica. A história de abandono era dela e a energia havia chegado até mim, naquele momento por algum motivo.

Mesmo sem saber muita coisa sobre isso, resolvi usar o Ho’oponopono para pedir que as divindades a ajudassem: que ela fosse libertada daquele peso, que encontrasse paz — ou, se necessário, que esquecesse temporariamente aquela dor. Perdoei o que me cabia e pedi, de coração, por sua cura.

Durante as meditações e orações, busquei ler mais sobre o assunto e buscar vídeos na internet que me ajudassem a entender o que essa prática tinha para fazer efeitos tão profundos.

Esse momento marcou uma virada no meu processo: compreendi que curar a mim mesma também envolvia libertar histórias antigas que ainda ecoavam em minha linhagem. Envolvia reconhecer a importância de cada pessoa que passou pela minha história, perdoar o que tivesse que ser perdoado e libertar as memórias para então conseguir continuar o caminho da evolução.

Este episódio do sonho aconteceu num sábado. Na quarta-feira seguinte, o atual marido dela faleceu e então eu entendi que ela estava em sofrimento psiquico de alguma forma e precisava de minha ajuda neste nível.

Como tive pouco contato com minha mãe biológica desde muito pequena, nosso vínculo afetivo era quase inexistente. Mas praticar o Ho’oponopono naquele momento acabou me reconectando a ela em um nível mais profundo e sutil.

Quatro anos depois, enquanto eu trabalhava, comecei a sentir um peso estranho no braço esquerdo, como se algo grave estivesse prestes a acontecer — a sensação lembrava um AVC. Uma colega me levou às pressas ao hospital. Lá, o médico, após os exames, disse com firmeza:
"Não sei o que você está sentindo, mas fisicamente, está tudo bem. Você não está tendo um AVC."

Voltei para casa abalada, mas continuei firme na repetição do Ho’oponopono: "Sinto muito. Me perdoe. Eu te amo. Sou grata."

Repetia, sem saber exatamente a quem se dirigiam aquelas palavras — mas sentia que havia algo maior acontecendo.

Isso foi numa quarta-feira.

No sábado, recebi uma ligação da minha cunhada: minha mãe biológica havia sido internada em estado grave após sofrer um AVC. A suspeita era de que o derrame tinha acontecido dias antes, mas só foi notado no sábado, quando seu estado se agravou.

Até então, eu não tinha feito bem a conexão entre o que senti e o que ela viveu, mas tive uma intuição e até por isso, acabei indo consultar uma astróloga. Enquanto analisava meu mapa, ela me perguntou: "O que aconteceu com você entre os dias tal e tal? Você ainda tem mãe?"

Surpresa, perguntei por quê.

Ela respondeu: "Saturno entrou na sua casa 8 e sua Lua também está lá. Quando isso acontece, é comum vermos situações graves ligadas à mãe ou a perdas importantes."

Naquele instante, tudo fez sentido de vez. Minha sensibilidade, o sintoma inexplicável, a intuição de que algo estava sendo limpo através de mim — era como se, mesmo à distância, meu campo estivesse ligado ao dela.

No meio destas andanças todas eu também entendi que não podemos ficar interferindo no caminho que as pessoas têm que percorrer. Por meio do Ho'oponopono eu não interferi no campo da minha mãe, mas no meu. Eu pude me libertar das memórias que me prendiam de forma ruim com ela. Com isso, o campo dela, por consequência também se tornou menos denso, já que eu retirei meus julgamentos, minhas mágoas e só desejei que ela seguisse seu caminho em paz.

Um tempo depois de tudo isto, minha mãe novamente adoeceu e minha irmã foi até o hospital para visitá-la e fez uma vídeo chamada comigo. Ao me ver na tela, minha mãe reagiu como uma criança que reage a uma pessoa estranha, e se escondeu atrás da  minha irmã. Pude ouví-la dizer: quem é essa aí? Ali eu entendi que ela não estava em estado mental adequado para se lembrar da filha que abandonou há décadas. O esquecimento para ela foi protetivo e seria melhor continuar assim. Mas eu só fiquei em paz com isso porque meu caminho de evolução estava alguns passos adiantado e, com as meditações, a sensibilidade também se acalmou.

Agora, falando um pouco sobre o Ho’oponopono

Trata-se de uma prática espiritual havaiana de cura interior baseada na reconciliação, no perdão e na limpeza de memórias inconscientes. Seu propósito é restaurar a harmonia através da responsabilidade total por tudo o que vivenciamos.

O que significa Ho’oponopono

O termo vem do havaiano: ho’o significa “colocar em movimento” e ponopono significa “corrigir” ou “ajustar”. Ho’oponopono, portanto, pode ser traduzido como “corrigir um erro” ou “tornar certo o que está desalinhado”.

A prática se baseia na ideia de que tudo o que experimentamos no mundo externo é reflexo de padrões e memórias que carregamos internamente. Ao assumir responsabilidade por esses padrões, mesmo que o problema pareça vir de outra pessoa, podemos purificá-los e mudar nossa realidade.

A Oração Original do Ho’oponopono

“Divino criador, pai, mãe, filho – todos em um.

Se eu, minha família, meus parentes e antepassados ofendemos Sua família, parentes e antepassados em pensamentos, fatos ou ações, desde o início de nossa criação até o presente, pedimos o Seu perdão. Deixe que isto se limpe, purifique, libere e corte todas as memórias, bloqueios, energias e vibrações negativas. Transmute essas energias indesejáveis em pura Luz. E assim é.

Para limpar o meu subconsciente de toda a carga emocional armazenada nele, digo uma e outra vez durante o meu dia as palavras-chave do Ho’oponopono.

Eu sinto muito, me perdoe, eu te amo, sou grato.

Declaro-me em paz com todas as pessoas da Terra e com quem tenho dívidas pendentes. Por esse instante e em seu tempo, por tudo o que não me agrada de minha vida presente.

Eu sinto muito, me perdoe, eu te amo, sou grato.

Eu libero todos aqueles de quem eu acredito estar recebendo danos e maus tratos, porque simplesmente me devolvem o que eu fiz a eles antes, em alguma vida passada.

Eu sinto muito, me perdoe, eu te amo, sou grato.

Ainda que me seja difícil perdoar alguém, sou eu quem pede perdão a esse alguém agora, por este instante, em todo o tempo, por tudo o que não me agrada em minha vida presente.

Eu sinto muito, me perdoe, eu te amo, sou grato.

Por este espaço sagrado que habito dia a dia e com o qual não me sinto confortável.

Eu sinto muito, me perdoe, eu te amo, sou grato.

Pelas difíceis relações das quais guardo somente lembranças ruins.

Eu sinto muito, me perdoe, eu te amo, sou grato.

Por tudo o que não me agrada na minha vida presente, na minha vida passada, no meu trabalho e o que está ao meu redor, Divindade, limpa em mim o que está contribuindo com minha escassez.

Eu sinto muito, me perdoe, eu te amo, sou grato. 

Se meu corpo físico experimenta ansiedade, preocupação, culpa, medo, tristeza, dor, pronuncio e penso: Minhas memórias, eu te amo! Estou agradecido pela oportunidade de libertar vocês e a mim.

Eu sinto muito, me perdoe, eu te amo, sou grato.

Neste momento, afirmo que TE AMO. Penso na minha saúde emocional e na de todos os meus seres amados…

Para minhas necessidades e para aprender a esperar sem ansiedade, sem medo, reconheço as minhas memórias aqui neste momento.

Eu sinto muito, me perdoe, eu te amo, sou grato.

Minha contribuição para a cura da Terra:

Amada Mãe Terra, que é quem Eu Sou…

Se eu, minha família, meus parentes e antepassados te maltratamos com pensamentos, palavras, fatos e ações desde o início de nossa criação até o presente, eu peço o Teu perdão deixa que isso se limpe e purifique, libere e corte todas as memórias, bloqueios, energias e vibrações negativas, transmute estas energias indesejáveis em pura LUZ e assim é.

Para concluir, digo que esta oração é minha porta, minha contribuição, à tua saúde emocional, que é a mesma minha,  então, esteja bem. E na medida em que você vai se curando eu te digo que…

Sinto muito pelas memórias de dor que compartilho com você.

Peço perdão por unir meu caminho ao seu para a cura.

Agradeço por estar aqui para mim…

E TE AMO por ser quem você é.”

Essas frases são dirigidas à divindade interior (ou à Inteligência Divina) com a intenção de limpar as memórias que geram sofrimento, conflitos ou bloqueios em todos os envolvidos. 

Podem ser simplificadas em 4 frases que resumem a oração inteira: "eu sinto muito, me perdoe, eu te amo, gratidão".

Outro jeito de praticar o Ho'oponopono é em forma de canção. Eu mesma passei muitos dias cantarolando esta aqui.

Outra dica é ouvir a meditação, enquanto pratica respiração profunda. Indico esta versão.


Princípios do Ho’oponopono

  • Responsabilidade total: Tudo o que acontece em sua vida é, de alguma forma, sua responsabilidade. Ao aceitar isso, você se torna capaz de curar a si mesmo e, por consequência, o que está ao seu redor.

  • Limpeza de memórias: Repetir as frases com intenção sincera ajuda a apagar memórias negativas ou padrões repetitivos que ficam gravados no subconsciente.

  • Cura interior: O foco está sempre no interior. Ao se curar, você permite que sua realidade externa se transforme naturalmente.

Benefícios da prática

  • Diminuição da ansiedade e do estresse

  • Melhora nos relacionamentos

  • Clareza mental e emocional

  • Superação de traumas e padrões repetitivos

  • Sensação de paz interior e leveza



 O Ho’oponopono tradicional era uma prática comunitária e ritualística entre famílias havaianas. A versão moderna, simplificada e individual, foi estruturada por
Morrnah Simeona, uma kahuna (sacerdotisa havaiana). Mais tarde, ficou conhecida mundialmente pelo trabalho do Dr. Ihaleakala Hew Len, que afirmou ter curado pacientes psiquiátricos ao aplicar a técnica em si mesmo, sem contato direto com os pacientes.

Há quem indique que as repetições sejam feitas por 108 vezes, utilizando-se um japamala para se orientar na contagem. Mas o interessante é que o Ho’oponopono, sendo uma prática espiritual simples, mas profunda, não exige dogmas ou rituais complexos, apenas o compromisso de olhar para dentro e permitir que as memórias que nos limitam sejam curadas.  Ao transformar o mundo interior, mudamos também o mundo ao nosso redor. Em qualquer lugar é possível fazer e obter alívio quase imediato para pensamentos acelerados, crises de pânico e ansiedade.

No seu tempo, no seu lugar, conforme a sua necessidade. 


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