O mito de Atena / Minerva #0094

Deusa da sabedoria e da guerra justa, Atena nasceu de forma extraordinária. 

Sua mãe, Metis, titânide da prudência, foi engolida por Zeus por medo de uma profecia que dizia que o filho deles seria mais poderoso que o próprio rei dos deuses. Mas de dentro da cabeça de Zeus, numa dor aguda e súbita, Atena surgiu totalmente armada, com escudo, lança e capacete. 

Desde seu primeiro instante, ela foi símbolo de sabedoria, razão e estratégia.

Diferente de Ares, que traz caos e violência, Atena guia os guerreiros com inteligência e justiça, ensinando que a guerra deve ser medida e sábia. Ela também protege cidades, agricultura, ofícios e artes, trazendo equilíbrio entre a força e a mente.

Atena - Museu do Vaticano
por Giuliana Fuganti, 24/set/2024


Em Atenas, Atena disputou a proteção da cidade com Poséidon. O deus do mar ofereceu água salgada e cavalos; Atena ofereceu a oliveira, símbolo de paz, alimento e prosperidade. Os cidadãos escolheram a deusa da sabedoria, e a cidade passou a levar seu nome, eternizando seu poder e virtude.

Atena também interveio em muitos mitos heroicos:

  • Quando Medusa desrespeitou seu templo, a transformou em górgona. Mais tarde, auxiliou Perseu a derrotar Medusa, oferecendo-lhe escudo refletor e orientação estratégica.

  • Guiou Teseu no labirinto, garantindo que ele vencesse o Minotauro, ensinando que a inteligência pode vencer o mais mortal desafio.

  • Desafiou a tecelã Aracne, que se vangloriava de sua habilidade. Atena transformou-a em aranha, lembrando que talento deve andar lado a lado com humildade e respeito.


Atena, portanto, é a síntese da razão, coragem e virtude


Ela rege as artes, o comércio, a justiça, e o pensamento estratégico. Protege as cidades, os arquitetos, os tecelões, e seu templo principal era o Partenon. 

Ela nos lembra que o poder mais verdadeiro não é apenas força física, mas sabedoria aplicada à ação.







Quer saber um pouco mais?

Já ouviu falar da expressão "Voto de Minerva"? Sabe do que se trata?

Pois é, ele tem base na mitologia. 

Minerva era a deusa romana da sabedoria, justiça e prudência. Nos mitos, ela frequentemente agia como árbitra imparcial, resolvendo disputas entre deuses e mortais. Por isso, seu “voto” passou a simbolizar uma decisão final baseada em equilíbrio e razão.

Na Roma antiga, ela era cultuada como deusa da sabedoria e da estratégia, inspirando líderes e governantes. Em conselhos e assembleias, os historiadores comparavam a figura de Minerva ao papel do decisor imparcial em votações.

Na política, parlamentos ou conselhos usam o termo quando há empate em uma votação. Quem tem o “voto de Minerva” é quem decide o resultado, geralmente o presidente da sessão ou uma autoridade designada. Exemplo: se um conselho tem 10 votos e ficam 5 a favor e 5 contra, o presidente pode dar o voto de Minerva, destravando a decisão.

Fora do contexto formal, a expressão também é usada como metáfora para qualquer decisão que resolve uma disputa empatada ou conflito de opiniões.


Como já vimos, o mito de Atena atravessou o tempo e foi adaptado pelos romanos, que a veneraram como Minerva. Nessa forma, ela não é apenas guerreira ou estrategista, mas também guardiã da poesia, da medicina, do comércio, da tecelagem e do artesanato, mesclando habilidade e conhecimento. 

Símbolo de sabedoria e inteligência, a filha de Júpiter (Zeus) é representada com um capacete em sua cabeça e acompanhada pela coruja, criatura silenciosa e vigilante, que observa o mundo com olhar atento e penetrante, refletindo a luz do discernimento.




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